terça-feira, 15 de março de 2011

DECIFRA-ME OU TE DEVORO





Mesmo sendo um solitário ser, 
sucumbo-me ao poder da ilusão. 
Não é oportuno viver sem sentir, 
o doce e efêmero sabor da paixão. 


Pois estou no badalar dos sinos, 
das pequenas capelas e góticas catedrais. 
De corais infantis sou alegre hinos, 
também os cacos no cair dos cristais. 


Imperfeições a meu ver são as sínteses, 
das relações impares de uma vivência, 
onde o amor com suas teses e antíteses, 
na imperfeita alma tem a preferência. 


Assim sou certo, posto o inexplicável! 
Retas onde as razões se curvam. 
E filosoficamente incomensurável, 
ao bracejar dos que me desejam. 


Sem querer ser ímpio ou mesmo fiel, 
desassossegando meus próprios sonhos. 
Levo o dulçor ao que já fora fel, 
respirando os ares dos seres risonhos. 


Decifra-me ou te devoro! 
Com gesto gentil de fala aparente. 
Em ofegante hora te imploro, 
deixe a filosofia entender a gente. 


Jayme Tijolin 
Publicado no Recanto das Letras em 06/11/2009 
Código do texto: T1909137

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