segunda-feira, 21 de março de 2011

NA BREVE AUSÊNCIA DE MEUS CARINHOS


NA BREVE AUSÊNCIA DE MEUS CARINHOS


Deixo-vos e vou-me embora,
não é ameaça e nem aviso.
Às vezes o sumir se faz preciso,
para aguçar pensamentos solitários,
e apaziguar os furacões de minha alma.

Vou vadiar nas andanças dos devaneios,
num bosque qualquer das poesias perdidas. 
Na sofreguidão de um amor sonhado,
que não realizou seu desejar.
E ainda pranteia por entre as orquídeas,
aquelas que nunca foram entregues,
á um duvidoso amor de minha vida!

Vou dar cambalhotas por sobre a ponte,
que liga minhas saudades ao infinito.
Vou cair no rio das miragens e num cochicho,
com um boto rosa que já amou,
descobrir talvez, a verdade por de trás do mito,
de que o amor nada quer, e por amar tudo suporta. 

Mas, volto logo!
Antes que minha bela vire uma fera, 
na breve ausência de meus carinhos.
Pois até o gavião feroz,
que nada mais é que um grande passarinho,
voa alto, voa longe, 
mas também volta para seu ninho.

Jayme Tijolin

Um comentário:

  1. ...sentido amplo esse da liberdade, amigo, que é autossuficiente, mas, ao mesmo, procura no outro o seu refúgio. É nosso modo de viver, em suma...

    Bjs!!

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